Caminhos do Rio Grande
TURISMO PALEONTOLÓGICO: RURAL OU URBANO?
Atualizado: 7 de set. de 2019
Opinião - Turismo Paleontológico: Rural ou Urbano?
Abdon Barretto Filho | Economista

Segundo a Organização Mundial do Turismo, o planejamento do fenômeno turístico, em todos os níveis (local, regional, estadual, nacional) permite uma gestão racional dos recursos, evitando-se um desenvolvimento desequilibrado dos mesmos, ou seu baixo ou não aproveitamento, ajudando a preservar os benefícios econômicos, sociais e ambientais, ao mesmo tempo em que minimiza seus custos.
Entretanto, o processo de planejamento não é simples, ao contrário, resulta ser um processo complexo devido aos múltiplos fatores que são considerados no Destino turístico. Implica na necessidade da gestão da informação abundante e adequada relativa à segmentação posterior da demanda em nichos diferenciados e facilitando a tarefa de conservar o entorno, não só em benefícios dos residentes e também em benefício de inversões turísticas em longo prazo.
No caso da segmentação do Turismo, o desafio é entender e compreender as possibilidades de aumentar fluxos de visitantes atendendo a demanda por determinados aspectos geográficos, históricos, culturais e de equipamentos e serviços.
O Turismo Paleontológico tem uma demanda constante identificada pelo interesse em conhecer as exibições dos achados fósseis e réplicas em museus de vários locais do mundo.
Também, existem interessados nos sítios, nos locais das pesquisas e áreas delimitadas para visitações. Em conversas com pesquisadores e profissionais do segmento, observa-se que o visitante pode ser atraído pela informação qualificada e pelo imaginário temático. Na realidade, de uma maneira geral, o visitante quer conhecer e ter experiências durante sua visita.
Quando um destino turístico consegue delimitar o produto turístico diferenciado, apresentando atrativos turísticos com infraestrutura adequada, seja ele urbano e/ou rural, pode gerar emprego, renda e impostos, além de desenvolver a autoestima do núcleo receptor.
O Turismo Paleontológico Sustentável é uma realidade e, para algumas cidades, uma verdadeira dádiva da natureza quando a ciência confirma uma série de locais que podem ser atrativos internacionais, necessitando planejamento, gestão, controle e avaliação para transformar a pré-história, por exemplo, em atividades que possam melhorar a qualidade de vida da população.
Afinal, para que serve uma moeda no fundo do oceano? Do que adianta ser referência mundial em achados fósseis se a população local não é beneficiada? Talvez, seja um grande desafio conseguir conciliar os interesses científicos das importantes pesquisas e os desejos dos visitantes ávidos pelos conhecimentos disponíveis, em linguagens adequadas, sobre os fósseis de criaturas triássicas (antes do jurássico), por exemplo.
Os paleoartistas, os imaginadores, os profissionais de marketing e turismo podem contribuir para diminuir as incertezas dos sucessos dos projetos que não precisam ficar esperando mais duzentos milhões de anos para ser disponibilizado no mercado turístico.
O Turismo Paleontológico é um segmento que está em evolução com mais atrativos e operadores interessados nos museus com exposições dos achados fósseis,replicas e os sítios Paleontológicos e Paleobotânicos, principalmente na Rota Paleontológica que inicia em Candelária e termina na Mata, cidade da Pedra que foi Madeira .
Os estudos para os tombamentos de algumas áreas de pesquisas continuam através dos entidades responsáveis.
Outro destaque é a retomada dos estudos para a indicação como Patrimônio Natural da Humanidade do Jardim Paleobotânico de Mata, Cidade da Pedra que foi Madeira, criada em 1980 através de convênio entre a UFSM –Universidade Federal de Santa Maria com a Prefeitura Municipal desse pequeno município da Região Central Gaúcha. A reserva paleobotânica serve de campo para estudos e pesquisas.
Nesse local conservam-se preciosidades valiosíssimas e incalculáveis de fósseis vegetais para observação “ in sito ” dos milhares de pesquisadores, estudantes e visitantes nacionais e internacionais, respeitando-se os limites para sua sustentabilidade.
É um dádiva da natureza com troncos de árvores fossilizadas com mais de mais de 200 milhões de anos no Jardim, nas ruas e praças, obra iniciada pelo Padre Daniel Cargnin.
Em 1985, foi lançada uma campanha que poderá ter um novo encaminhamento buscando o provável reconhecimento mundial desse primeiro Jardim Paleobotânicodo Brasil.
Convém salientar que a cidade da Mata foi contemplada com recursos da consulta popular cujos recursos foram liberados em 2017.
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Foto: Abdon Barretto Filho | Arquivo Pessoal | Divulgação.